ÚLTIMO DIA COM 17 ANOS!

Foto: Parque aquático de Leopoldina

O que se tem a fazer quando se sobra muito a dizer? Qual o melhor remédio quando refletir no espelho passa a ser muito mais do que apenas se olhar, passa a reflexão de dentro para fora. Qual é o curso que a vida segue?

Muitos dizem que o amadurecimento acontece quando uma pessoa atinge a maior idade, outros preferem dizer que isso é bobagem e a mulher já nasce muito mais madura que o homem, já terceiros defendem que amadurecimento acontece quando o dente do juízo aparece... Bom, eu prefiro defender que esse é um processo que não depende de teorias premeditadas ou datas específicas, é aquilo que vem com as vivências, com o aprendizado, com os tombos ou talvez nunca. De todas as opções a ultima não é a pior, quando a criança interna se equilibra com a realidade que você vive e isso te fazer feliz, a vida se torna muito mais que um amadurecimento ou uma teoria. E é disso que tudo é feito, de pequenos acontecimentos que mudam a vida de cada um.

Muitos se pegam refletindo do ano vivido em datas especificas, como o natal, o ano novo, dias que provavelmente sensibilizam a maioria das pessoas. Bom, eu também não fujo disso, hoje, 3 de junho, é o dia que todo ano desde de quando acordo e me olho no espelho, eu paro de tentar achar defeitos aparentes em mim e me pego refletindo de dentro para fora. O que acontece, é que esse dia pra mim é muito mais que a véspera do meu aniversário, é quando vejo que mais um ciclo foi cumprido e que nele muitas mudanças fizeram dia após dia o que eu fui me tornando ao longo do tempo.

Mas nesse em especial, não remoí o passado, não me culpei do que podia ser feito. Só agradeci a vida por ter vivido momentos bons ao lado de pessoas especiais. Um amor que termina e deixa de presente momentos bonitos para lembrar e junto sentimento mutuo de boas vibrações para o que vier pela frente. Uma festa bem aproveitada. Um convite para fazer parte de um projeto que distribui amor nos livros. Conhecer pessoas especiais... Reencontrar outras. Ficar junto a família. Rir com quem a gente gosta. Ter uma formatura. Se relacionar com amigos de longa data. Passar um dia inteiro com gente que faz bem a quem o rodeia. Dançar ao som de uma pessoa que canta zé ramalho com uma pessoa especial em um projeto especial. Passar festas de fim de ano com a família. Sair fantasiada no carnaval com quem gostamos compartilhando a mesma vibração. Respirar ar puro. Ter uma mãe super protetora e além disso divertida. Sair de carro com seu melhor amigo (Pai) sem um destino certo. Fazer vestibular. Passar no vestibular. Conseguir um primeiro emprego. Iniciar uma faculdade. Conseguir um estágio. Almoçar e recapitular um reencontro antigo. Deixar o corpo falar ao som de uma música que te tira automaticamente para dançar. Conhecer mais pessoas especiais. Encontrar um cachorro na rua e cuidar dele como se o conhece a vida toda. Ver novos filmes. Se emocionar com filmes. Ler novos livros. Se emocionar com novos e antigos livros. Assistir muitas séries. Viver várias vidas sendo um leitor.

E saber acima de tudo que novos ciclos surgem o tempo todo, as mudanças acompanham e imitam o destino dos ciclos, elas simplesmente acontecem. E se quer saber, sempre tive problemas com fechamento de ciclos, de coisas que terminam e começam a todo momento. O apego as vivencias sempre me acompanhou bem de pertinho, mas o processo é mudança! E no final são elas que ditam as regras e te apresentam a um novo jogo.

Não é mais três de Junho, mas o sentimento que eu tenho ao terminar este texto é o mesmo de quando comecei a pensa-lo desde o momento que eu acordei, passando pela ida pra faculdade e chegando a esse momento que fiz dos meus sentimentos próprios palavras que traduzem o que eu sou neste exato momento.

Fabiane Costa para Diário de Bordo