5 de fev. de 2013

Amor de afagos e roçadas nos pés


Opa, olha só… 7 anos de azar! Ah vejam, mais azar? Não faz diferença, quero amar…
Um gato preto, por que logo um gato preto? Mas dá azar bicho, não sabia? - Diziam-lhe - Solta “isso”, larga “isso”, deixa “isso” no chão… O “isso” era um ser, droga! Um ser que não tinha nada de diabólico, muito pelo contrário.

Dos olhos de mel, dos olhos do céu, do miado doce e incessante. Nada mais justo que seu nome fosse “MELina”. Uma gata preta, sem nenhum fio branco por inicio, os dias passaram e ela começou a engordar. Só a barriguinha, suspeitei de vermes, pensava que ela era uma criança indefesa quando descobri que sua defesa era fazer do medo, um ataque. Uma gatinha de rua, sem um lar… Uma verdadeira andarilha.

Agora tinha um lar, tinha colo para desmaiar (uma pequenina maneira de se ajeitar no colo das novas mães) e simplesmente dormir. 

Desculpe por não ter sido tão boa mãe quanto deveria, ou não ser tão “gata” quanto você. Desculpe por me irritar sempre que te via subindo no sofá e unhando-o irritantemente. Desculpe por ter pavor das suas unhas, mas na primeira oportunidade as ter pintado de rosa-choque. E ter as achado lindas e logo após ter sentido pena e vontade de te livrar daquilo. Desculpe por ter te deixado sair, quando dizia que não era o certo a se fazer. Por que a menininha da mamãe era novinha demais pra enfrentar o mundo e ficar de fora do lar. 

Desculpe por ter te ouvido chorar, desculpe por não ter voltado atrás a tempo. Só desculpe por não ter sido rápida o suficiente para te tirar dali. Desculpe por não ter sido forte o suficiente para te colocar a mão e ter te tomado nos braços. Desculpa Melina… desculpa por não ter coragem, desculpa por não conseguir te olhar após o atropelamento. Desculpe por ter buscado ajuda ao invés de ser sua unica ajuda.

Não sei o que dói mais em mim neste momento. Não sei se é a dor de abrir a garagem e não te ver saindo pela porta e se esfregar em minhas pernas soltando seus miados doces. Ou se é a dor de ter chegado não a tempo de te salvar, e sim de ter visto tudo acontecer em um flash de segundos. Ou ainda se foi não saber se no final você se levantou, ressuscitou e sumiu. E perdão pela falta de palavras.

Onde estiver, em qual língua se comunicar… entenda apenas que metade de mim é arrependimento, culpa e solidão e a outra metade é vontade de te ter de volta. Hoje afirmo, com todas as letras necessárias… te amo meu anjinho.

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