5 de fev. de 2013

A palidez da vida



Esbarrando com sombras, pesando ideias. Tenho tudo que sempre desejei ter, e ao mesmo tempo não tenho absolutamente nada. Busquei e cavei meu próprio destino. Por mais miserável que seja, hoje o desfruto.

Caminhando desvairada pelas ruas frias da cidade que já dorme nessa sexta-feira. O pensamento pulsa a mil. Não desejo lembrar, mas é inevitável. Sei bem que bebidas não resolvem meus problemas, não voltarão minha vida atrás. Não me trarão de volta meus dias de criança. Não trarão de volta amigos que a vida por um descuido levou. Na verdade nada traz.

Nenhuma droga é capaz de me entorpecer a ponto de arrancar de mim coisas que atormentam a mente. Um cigarro não me devolve nada, só dará de presente alguns futuros problemas e tosses inacabáveis.

A hipótese da solidão terminar ou se solidificar procurando abrigo em hospícios não é tão pavoroso assim, pavorosas são as grades da mente. Aliás, pavoroso é meu sobrenome. Encontrar parceiros pirados e descobrir outros que estão num local incorreto e que deveriam ser admirados em estatuas, por serem seres pensantes, dignos donos da verdade. Acusados de não compreender o que dizem, mas serem mais intimadores capazes de roubar-te a atenção. O famoso lixo da sociedade que respira a síndrome de perfeição. Para que um script do que pode ou não? Existe escola para nova identidade? Se sim, diga-me o endereço que passarei do outro lado da calçada.

Sair de casa e morar num viaduto, seria bem mais digno que terminar meus dias nessa casa vazia e repleta de paredes que cercam e sufocam-me. Mostrando o quão provoquei a solidão e ela rispidamente aceitou. Sobra-me agora, os restos… os moveis inanimados que estão aqui por moeda de troca, um dinheiro que eu não desejei tão a fundo quanto a liberdade. "Te darei atenção uma vez na vida dona geladeira, seja gentil e responda-me".

Não tenho nada no estômago, não sinto fome. Minha mente sente fome e falta de acalanto. De palavras macias, de versos cantados ao pé do ouvido. Lamento informa-te que enxergo apenas nuvens, nuvens nubladas com cores pálidas, tão pálidas como o raio X do meu estômago revirado e vazio.

Não temo os animais, temo apenas seres humanos. Temo a hipocrisia e a mentira deslavada. Não temo os pássaros, temo os seres humanos urubus como eu. Me temo, mas sou. Desanimada, fora dos eixos. Nunca aceita e idolatrada pelo ar frio da noite. Sem rumo, vagando pela vida, adiando a volta para o vazio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 
| Desing Fabiane Costa | Copyright 2013 |

Diário de Bordo base por Ipietoon Blogger Template background Coloour Lovers